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Comissão discute ações para ressocializar moradores de rua em São Bento do Sul

Principal objetivo da comissão é garantir direitos da comunidade e redução de ocorrências - Foto gerado por Inteligência Artificial

 

São Bento do Sul criou neste ano a Comissão Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política para População em Situação de Rua, denominado como CIAMP Rua. O comitê vem discutindo, criando e analisando políticas públicas voltadas para o atendimento a pessoas que estão morando nas ruas do município. O grande desafio para o comitê é reintegrar os moradores de rua na sociedade, por conta disso, os membros do comitê se reúnem mensalmente para discutir as melhores formas de se alcançar o objetivo.

A comissão é composta por representantes do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Secretários e demais colaboradores de diversas pastas da administração pública municipal, entre eles, saúde, defesa civil, habitação, além das forças de segurança, como as polícias militar e civil e demais membros da sociedade e entidades representativas. Juntos os integrantes do comitê discutem formas e métodos de tirar os moradores das ruas prestando todo atendimento e acolhimento necessário.

Foi das reuniões do comitê, por exemplo, que surgiu a ideia de realizar uma campanha conscientizando a população de São Bento do Sul sobre a questão de doação de esmolas para os moradores de ruas. “A população de São Bento é uma população generosa, porém, dar dinheiro não é o aconselhável a se fazer nessas situações, tendo em vista que é melhor dar oportunidade do que esmolas”, explica a Secretária de Assistência Social, Marina Santos.

Comissão vem se reunindo mensalmente para discutir política públicas relacionadas a pessoas em situação de rua


Marina conta que desde a formação da comissão, vários avanços já ocorreram em São Bento, quanto aos moradores de rua. “É um trabalho complexo que exige a participação de muitas pessoas e entidades. Juntos estamos desenvolvendo ações para reintegrar ao convívio da sociedade essas pessoas que hoje encontram-se morando nas ruas. Eles, assim como todos nós têm seus direitos e trabalhamos sempre resguardando todos direitos de cada uma dessas pessoas. No entanto, nosso principal objetivo é fazer com que eles saiam das ruas e voltem a trabalhar e terem suas vidas”, acrescentou.

Atualmente, graças ao comitê, São Bento do Sul dispõe de um protocolo para atender os moradores de rua. “Oferecemos serviços como retirada de documentos, inclusão no mercado de trabalho, acesso a benefícios socioassistenciais e contato com familiares. Além disso, são disponibilizados banho, alimentação e roupas limpas. Também monitoramos e acompanhamos de perto a situação da saúde dessas pessoas”, conclui Marina.


Dados das pessoas em situação de rua em São Bento do Sul

Recentemente o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), desenvolveu um estudo com os moradores de rua de São Bento do Sul. Os dados utilizados para a elaboração desses gráficos foram coletados a partir do Cadastro Único, além de registros internos dos serviços que atuam diretamente com essa população. O levantamento identificou que existem atualmente na cidade 60 moradores de rua. A maior parte deles, sendo 26 no total, têm faixa etária de 51 e 60 anos. Um dado que chama a atenção é que quatros dessas pessoas são mulheres.

Ainda conforme o estudo, outro dado curioso, é que 30 moradores de rua dizem ter familiares em Sã Bento do Sul, enquanto que 23 deles dizem ter família em outros municípios. Sete deles se declaram sem família. Outro dado que chama atenção é que dos 60 moradores de rua, 54 recebem Bolsa Família, sendo que 35 desses dizem viver apenas com a renda do benefício, pago pelo Governo Federal. Outros 20 moradores de rua que vivem em São Bento disseram ter renda extra com trabalho informal, sendo que apenas três deles declararam trabalhar formalmente.

Estudo realizado recentemente pela municipalidade realizou levantamento sobre os moradores em situação de rua em São Bento do Sul - FONTE: Secretaria de Assistência Social 


Com relação a saúde dos moradores de rua, 11 declararam ter problemas de saúde, além disso, nove destes foram diagnosticados com problemas mentais. Outra situação revelada com o estudo é que 38 desses 60 moradores de rua estão nesta condição há mais de cinco anos, sendo que 16 estão vivendo nas ruas entre 5 a 10 anos e outros 6 há mais de 10 anos. Dos 60 moradores que vem sendo acompanhados pelo comitê, 21 são naturais de São Bento do Sul enquanto que outros 39 são de fora do município.   


Governador anunciou medidas de ressocialização

Nesta semana o governador Jorginho Mello elevou o tom de voz com relação ao assunto, elencando que o governo de Santa Catarina está propondo a criação de um protocolo estadual para padronizar a abordagem e o encaminhamento de pessoas em situação de rua. Em vídeo publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (16), o governador Jorginho Mello afirmou que, pessoas que dormirem na rua serão tratas como invasoras. E, nos casos em que houver recusa de ajuda, a pessoa poderá ser internada à força. “Está todo mundo cansado de vagabundo que se disfarça de morador de rua para incomodar, para ameaçar e tirar a paz das pessoas de bem”, declarou. “A partir de agora, quem invadir espaço público ou privado para montar barraca vai ser tratado como um invasor. Se tem vaga em abrigo e a pessoa insiste em dormir no canteiro central, é invasora. Se precisa de ajuda médica, mas se recusa a aceitar, vai receber atendimento, mesmo que seja à força”, acrescentou o governador.


Auxílio aos municípios

Recentemente o governador Jorginho Mello determinou a criação de uma força-tarefa para apoiar as prefeituras do estado, que vai mobilizar a Polícia Militar de Santa Catarina e outras forças de segurança pública estaduais. Além de padronizar a abordagem, o protocolo criará um cadastro de pessoas em situação de rua, para que possa ser acessado por prefeituras e forças de segurança. O documento reuniria o nome e o histórico de cada indivíduo.



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