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São Paulo registrou saldo negativo pela primeira vez, resultando em uma perda de 90 mil pessoas entre 2017 e 2022 - Foto: Daniel Castellano/SMCS |
Dados do Censo Demográfico 2022 mostram que 19,2 milhões de pessoas residem em região distinta daquela em que nasceram, sendo que 10,4 milhões (54,0%) nasceram no Nordeste. Destaca-se que 6,8 milhões (65,5%) de nordestinos que viviam fora da sua região de nascimento residiam no Sudeste, dado que reflete o movimento histórico de migração da população nordestina com destino a essa região.
As informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Fecundidade e migração: Resultados preliminares da amostra, divulgado nesta sexta-feira (27) pelo IBGE. Entre os estados, 29,0 milhões de pessoas residiam em unidades da federação distintas de seus locais de nascimento. São Paulo tinha o maior volume de não naturais residindo em seu território: 8,6 milhões de pessoas. Por outro lado, 2,9 milhões de paulistas moravam em outros estados.
Bahia e Minas Gerais foram as unidades da federação que mais perderam naturais ao longo da história, com 3,4 e 3,5 milhões de pessoas, respectivamente, vivendo em estados distintos de seus locais de nascimento. “Esses padrões refletem tanto processos históricos de redistribuição populacional, quanto dinâmicas econômicas regionais, que impulsionam a atração ou expulsão de fluxos migratórios em diferentes períodos, aliados ao tamanho populacional de cada unidade da federação no total do Brasil”, destaca Marcelo Dantas, analista da divulgação.
Santa Catarina tem o saldo migratório mais positivo
Santa Catarina apresentou o maior saldo migratório e a maior taxa líquida de migração em 2022. Entre 2017 e 2022, o estado registrou um ganho populacional de 354 mil pessoas, uma contribuição de 4,66% à sua população total. Esse fenômeno marca uma mudança histórica, uma vez que São Paulo exibia o maior saldo desde a introdução do quesito de data fixa nos Censos Demográficos de 1991 até 2010.
O saldo migratório representa a migração líquida e continua sendo o conceito predominante na análise dos fluxos populacionais. A partir desse saldo, calcula-se a taxa líquida de migração, que expressa a magnitude da migração em relação à população total observada na data de referência do censo. Quando positiva, essa taxa indica a quanto a população foi acrescida pelo saldo migratório. Por outro lado, quando negativa, revela a parcela da população que foi reduzida devido aos movimentos migratórios.
Destaques do Censo
- 19,2 milhões de pessoas viviam fora de sua região de nascimento, sendo que 10,4 milhões (54,0%) nasceram na Região Nordeste. Destaca-se que 6,8 milhões (65,5%) de nordestinos migrantes residiam na Região Sudeste.
- As regiões Nordeste (96,6%) e Sul (91,9%) registraram os maiores percentuais de população residente em sua própria região de nascimento. Em contraste, a Região Centro-Oeste (73,4%) apresentou o menor índice de naturais residentes.
- 29,0 milhões de pessoas residiam em unidades da federação distintas de seus locais de nascimento. São Paulo tinha o maior volume de não naturais residindo em seu território: 8,6 milhões de pessoas. Por outro lado, 2,9 milhões de paulistas moravam em outros estados.
- Bahia e Minas Gerais foram as unidades da federação que mais perderam naturais ao longo da história, com 3,4 e 3,5 milhões de pessoas, respectivamente, vivendo em estados distintos de seus locais de nascimento.
- Já para a análise de data fixa, ou seja, considera como período de análise o local de residência das pessoas 5 anos antes da data de referência do Censo, Santa Catarina apresentou o maior saldo migratório e a maior taxa líquida de migração em 2022. Entre 2017 e 2022, o estado registrou um ganho populacional de 354 mil pessoas, uma contribuição de 4,66% à sua população total. Esse fenômeno marca uma mudança histórica, uma vez que São Paulo exibia o maior saldo desde a introdução do quesito de data fixa nos Censos Demográficos em 1991.
- São Paulo apresentou saldo migratório de -90 mil pessoas, com taxa líquida de migração de -0,20%, primeiro resultado negativo para a unidade da federação desde o início da coleta de migração por data fixa, em 1991. O estado segue sendo o principal centro migratório do país, recebendo 736 mil imigrantes e perdendo 826 mil emigrantes entre 2017 e 2022, os maiores contingentes do Brasil.
- Entre as unidades da federação do Nordeste destaca-se a Paraíba, que apresentou Taxa Líquida de Migração de 0,78% em decorrência de um saldo migratório positivo de 31 mil indivíduos. Esse resultado representa o primeiro saldo positivo observado no estado desde 1991 e é relevante por ser o único estado na Região a registrar taxa positiva no ano de 2022.
- Esse saldo migratório positivo da Paraíba foi impulsionado pelos fluxos oriundos de São Paulo (22,3%) e Rio de Janeiro (20,0%), possivelmente vinculada ao movimento de retorno, assim como de Pernambuco (20,4%), refletindo a interconexão entre os dois estados, especialmente na dinâmica econômica e nas relações de mercado de trabalho.
- O Rio de Janeiro registrou o maior saldo migratório negativo do Brasil, evidenciando um expressivo contingente de emigrantes, cuja destinação ocorre predominantemente dentro da própria região. Dentre esses fluxos, destacaram-se os deslocamentos para os estados vizinhos: São Paulo (21,4%), Minas Gerais (17,7%) e Espírito Santo (7,3%). Foi o primeiro saldo negativo do estado desde 1991 (-69 mil), quando o indicador começou a ser pesquisado.
- O Distrito Federal, por sua vez, apresentou o segundo maior saldo negativo, direcionando a Goiás um percentual significativo de seus emigrantes (48,5%), seguido por fluxos menores para Minas Gerais (7,5%) e Bahia (6,6%).